As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios da nossa era, impactando diversos setores, especialmente a agricultura. No entanto, a agricultura regenerativa surge como uma solução promissora para combater essas mudanças, promovendo práticas que restauram a saúde do solo e capturam carbono da atmosfera.
O que é agricultura regenerativa?
A agricultura regenerativa é um conceito inovador que vai além das práticas agrícolas convencionais e sustentáveis. Ela envolve uma abordagem holística para a gestão agrícola, visando restaurar e revitalizar a saúde dos solos, aumentar a biodiversidade e fortalecer os ecossistemas agrícolas. Em vez de simplesmente manter as coisas como são, a agricultura regenerativa visa regenerar os recursos naturais vitais para a agricultura a longo prazo, priorizando processos e sistemas pensando na biodiversidade e como isso, afeta a produção agrícola de forma mais eficiente.
Princípios da agricultura regenerativa
A agricultura regenerativa tem como princípio conduzir a agricultura por meio de técnicas agrícolas que visam revitalizar os sistemas produtivos através da regeneração e conservação do solo, com ênfase de continuar produzindo e gerando frutos.
Segundo Antonio Guerra, “A agricultura regenerativa olha a saúde dos recursos naturais como prioritários no sistema produtivo. Nesse modelo, busca-se a recuperação de áreas degradadas, investindo na saúde do solo, com retenção de água, incorporação de carbono e ciclagem de nutriente.”
Para além da sustentabilidade ambiental, a agricultura regenerativa remete ao tripé da sustentabilidade, olhando também a questão social e econômica na produção.
Benefícios da agricultura regenerativa na luta contra as mudanças climáticas
Captura de carbono
Uma das formas mais eficazes de combater as mudanças climáticas é capturar carbono da atmosfera e armazená-lo no solo. A agricultura regenerativa promove a captura de carbono através da fotossíntese e da adição de matéria orgânica ao solo. Quando as plantas absorvem dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, elas o transformam em carbono, armazenado nas raízes e no solo.
Melhorando a saúde do solo
A saúde do solo é crucial para a produtividade agrícola e a sustentabilidade ambiental. Solos saudáveis têm maior capacidade de reter água e nutrientes, tornando as plantações mais resilientes a secas e outras condições climáticas extremas. Além disso, solos ricos em matéria orgânica têm maior capacidade de armazenar carbono, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
Aumento da biodiversidade
A agricultura regenerativa promove a biodiversidade tanto acima quanto abaixo do solo. A rotação de culturas e a cobertura do solo criam habitats para diversas espécies de plantas, insetos e microorganismos, aumentando a resiliência do ecossistema agrícola. Essa biodiversidade é essencial para a saúde do solo e para a produtividade das culturas.
Maior resposta diante de estresses abióticos
A utilização de práticas e uso de insumos que beneficiam a agricultura regenerativa contribuem de forma significativa para redução dos efeitos negativos de períodos de estresse hídrico e de temperaturas altas, pois torna o ambiente mais propício para as plantas.
Práticas de agricultura regenerativa
Rotação de culturas
A rotação de culturas é uma prática fundamental na agricultura regenerativa. Alternar diferentes tipos de culturas em uma mesma área ajuda a evitar o esgotamento de nutrientes do solo e reduz a incidência de pragas e doenças. Por exemplo, após uma colheita de leguminosas, que fixam nitrogênio no solo, pode-se plantar uma cultura que consome mais nitrogênio, como o milho.
Cobertura do solo
Manter o solo sempre coberto com plantas vivas ou restos de colheitas é essencial para proteger contra a erosão e melhorar a retenção de água. As plantas de cobertura, como gramíneas e leguminosas, ajudam a proteger o solo da ação erosiva da chuva e do vento, além de adicionar matéria orgânica ao solo.
Compostagem
A compostagem é uma prática que transforma resíduos orgânicos em um rico fertilizante natural. Adicionar compostagem ao solo aumenta sua matéria orgânica, melhora a estrutura do solo e fornece nutrientes essenciais para as plantas. Isso resulta em um solo mais fértil e produtivo, capaz de suportar colheitas mais saudáveis.
Pastoreio rotativo
O pastoreio rotativo envolve mover o gado entre diferentes áreas de pastagem para permitir que a vegetação se regenere. Essa prática evita o super pastejo, que pode levar à degradação do solo e à perda de cobertura vegetal. O pastoreio rotativo melhora a saúde do solo e aumenta a biodiversidade das pastagens.
Desafios e soluções
Implementar a agricultura regenerativa pode apresentar desafios, como a necessidade de conhecimento técnico e mudanças na gestão agrícola. No entanto, essas barreiras podem ser superadas com educação, apoio técnico e políticas públicas favoráveis.
Capacitação
Mostrar aos agricultores que a utilização da agricultura regenerativa na sua propriedade, pode trazer benefícios ao seu sistema de produção de forma rentável é crucial para que essas práticas possam ser difundidas. Para isso, é necessário cada vez mais que empresas e profissionais do setor defendam a agricultura regenerativa através de programas de capacitação, workshops, palestras e dias de campo com o objetivo de fornecer o conhecimento necessário para implementação dessas práticas.
Juntos, todas as instituições do setor, podem contribuir para construção de uma agricultura mais sustentável, resiliente e rentável.
Conclusão
A agricultura regenerativa oferece uma solução poderosa para combater as mudanças climáticas, melhorando a saúde do solo, capturando carbono e promovendo a biodiversidade. Adotar práticas regenerativas é essencial para garantir um futuro agrícola sustentável e resiliente. Para a BioQualitá, a agricultura regenerativa é algo que está no DNA da empresa, buscando sempre soluções e práticas inovadoras para beneficiar a agricultura com alta capacidade produtiva. Junte-se a nós, para uma agricultura mais produtiva.